Encontram-se resumidos a
seguir os objetivos comuns, levantados por vários autores, que podem ser
atingidos na psicoterapia de um paciente com diagnóstico de esquizofrenia:1-13
1. Oferecer continência e suporte.
2. Oferecer informações sobre a doença
e modos de lidar com ela.
3. Restabelecer o contato com a
realidade. O paciente deve
ser capaz de reconhecer experiências reais e diferenciá-las das alucinatórias
ou delirantes. Isso pode ser alcançado por meio do teste de realidade, feito
pela intervenção direta do terapeuta ou pelos próprios pacientes no caso da
psicoterapia de grupo.
4. Integrar a experiência psicótica no
contexto de vida do paciente, ou seja, dar um sentido à experiência psicótica.
5. Identificar fatores estressores e
instrumentalizar o paciente a lidar com os eventos da vida. Os fatores desencadeantes de crises
estão intimamente relacionados com as recaídas e o prognóstico da doença.
Discutir formas de suportar, modificar ou compreender melhor as situações
vividas pelos pacientes podem ajudá-los a ter uma melhor evolução na sua
doença. Algumas estratégias usadas são a busca de solução de problemas e o
planejamento de metas, conseguidas pela orientação direta do terapeuta ou por
discussões grupais.
6. Desenvolver maior capacidade de
diferenciar, reconhecer e lidar com diferentes sensações e sentimentos.
7. Crescimento emocional associado à
mudança nos padrões de comportamento, resultando em melhora na qualidade de
vida e na adaptação social fora do setting terapêutico.
8. Conquista de maior autonomia
e independência. Aumentando-se
a capacidade de gerenciar a própria vida, melhora-se também a auto-estima.
9. Diminuição do isolamento. Outro sintoma proeminente nos
pacientes esquizofrênicos é o autismo. Em geral, esses pacientes apresentam
pouca possibilidade de troca e de registro de experiências negativas no contato
com as pessoas – geralmente paranóides. A oportunidade de experimentarem
contatos positivos, individualmente ou em grupo, pode possibilitar a diminuição
do autismo.
10. Observação dos pacientes. Pode-se observar, durante o processo
psicoterápico, o funcionamento e o comportamento dos pacientes - de esquiva, de
inibição, de desconfiança ou de inadequação - como também, a presença de
sintomas psicopatológicos - delírios, alucinações, auto-referência, depressão,
entre outros. Essa observação pode ajudar o clínico na avaliação de determinado
paciente. É mais aconselhável que a consulta clínica seja realizada por um
psiquiatra que não seja o terapeuta do paciente. O que modifica as
características dos diferentes tipos de intervenção será a ênfase dada a um ou
outro objetivo.
Dr. Ronaldo Menezes
Psicanalista Clínico
Dr. Samuel Dantas
Psicanalista Clínico