Não
é somente da escolha de um antipsicótico eficaz e bem tolerado, mas de uma gama
de fatores que se iniciam desde a precocidade do diagnóstico e do tratamento
até a escolha dos tratamentos psicossociais, como a psicoeducação de família, Análises
Psicanalíticas e terapias de reabilitação (se for o caso).
Um ponto
central é o tempo para o diagnóstico e para um tratamento que seja capaz de
trazer o paciente para um estado de remissão (sem sintomas positivos) o mais
rapidamente possível.
Pesquisas mostram que um paciente com esquizofrenia é levado
a um psiquiatra em média após 1 ano de doença, quando já sofre de vários dos
sintomas positivos, como delírios e alucinações. Geralmente o paciente
apresenta também, algum tempo antes do primeiro surto, sintomas negativos, como
apatia, desânimo e isolamento, e sintomas cognitivos, como problemas de memória
e concentração, que prejudicam as suas atividades produtivas, como trabalho, estudo
e relacionamento amoroso, muitas vezes descontinuando-as algum tempo antes.
Esses sintomas raramente são atribuídos à doença e dificilmente o paciente é
levado ao psiquiatra apenas por essa razão. Os primeiros cinco anos de doença são
considerados um período considerado crítico, pois estudos mostram que a
gravidade da doença nos cinco anos iniciais influencia o prognóstico do
paciente ao longo da vida. Todavia, quanto mais eficiente o tratamento no
início do quadro, maiores as chances de recuperação, com a retomada progressiva
das atividades do paciente antes de adoecer.
Portanto, a cooperação e a participação da família é tão importante
quanto o tratamento médico, lembrando que a família tem que ser perseverante.
Esta constatação é tão verdadeira que as análises de família, para
esquizofrenia, foi considerada a modalidade de tratamento com maior nível de
evidência cientifica, fazendo parte de todos os consensos internacionais para
tratamento da doença. Lamentavelmente a cobertura deste tratamento para
famílias de pacientes com esquizofrenia é menor do que 20%.Dentro da
família se faz necessário fazer também análises, principalmente a(s) pessoa(s) que
se denomina de CUIDADORA (essas são as primeiras a precisarem para saber como
lidar com a doença e a paciência). Fora o tratamento medicamentoso tem que
haver o tratamento das Análises que o paciente goste ou não é longo porém surte
muito efeito positivo. Quanto antes começar esses tratamentos (medicamentosos +
Análises do paciente + Pessoa Cuidadora= Família), menor a gravidade da doença
e maiores as chances de recuperação.
Dr. Ronaldo Menezes
Psicanalista Clínico
Dr. Samuel Dantas
Psicanalista Clínico